Sobre a Revista

A Revista Via Atlântica, publicação do Programa de Pós-Graduação de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo, tem por objetivo levar aos estudiosos, do Brasil e do Exterior, resultados de investigações desenvolvidas por especialistas nas áreas de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, Literatura Comparada, Literatura Infantil e Juvenil, Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira, Literatura Portuguesa e de outras literaturas e culturas que se expressam em português. Faz parte ainda do escopo da Via Atlântica a publicação de artigos que tratem das relações interdisciplinares da Literatura com outras Linguagens e com outras Formas do Saber. A publicação abrange, além de um Dossiê temático, outros trabalhos inéditos sob a forma de Ensaios, Artigos, Entrevistas e Resenhas de livros de interesse para os Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa e áreas correlatas. A revista Via Atlântica está inserida na área temática de Outras Literaturas Vernáculas, conforme tabela de áreas do conhecimento do CNPq (8.02.07.00-6).

Notícias

Dossiê Dramaturgias contemporâneas: o coletivo emancipado e a dimensão crítica da realidade, VIA ATLÂNTICA v. 28, n 1 (2027)

2025-05-01

The diversity of contemporary dramaturgies in Portuguese (2000-2020), complex and varied, both in terms of themes and writing approaches, which renegotiate the understanding of contemporary aesthetics, to make known plural authors and, obviously, singular in their approaches and creative processes is the objective of this call for Via Atlântica (v. 28, n 1).

Saiba mais sobre Dossiê Dramaturgias contemporâneas: o coletivo emancipado e a dimensão crítica da realidade, VIA ATLÂNTICA v. 28, n 1 (2027)

Edição Atual

v. 26 n. 1 (2025): As Literaturas de Autoria Afrodescendente no Brasil e em Portugal
					Visualizar v. 26 n. 1 (2025): As Literaturas de Autoria Afrodescendente no Brasil e em Portugal

Nos últimos anos, observamos com otimismo um crescimento importante da presença de autores negros no mercado editorial brasileiro, o que, todavia, não apaga os impasses de caráter étnico-racial em uma sociedade marcada por seu racismo estrutural. Já em Portugal, acompanhamos as crescentes tensões sobre a autoria afrodescendente como consequência da luta pela visibilidade desse segmento que desperta espectros históricos que ainda nos atormentam e que condicionam a recepção de determinados textos. Como bem aponta Miguel Vale de Almeida (2022) em relação a seu país, mas que, em grande medida, se aplica também ao Brasil, “A democracia portuguesa não soube descolonizar(-se). Uma demonstração desse insucesso é a perturbadora continuidade da hegemonia da narrativa lusotropicalista. Esta narrativa, largamente disseminada no senso comum, ampara processos de negação do racismo estrutural e institucional.”

A história surge, assim, nesses dois contextos, como elemento fundamental para a compreensão da experiência negra e afrodescendente em toda sua extensão já que, ao ser oficialmente escrita parte de um campo de força ideológico seletivo e que pertence às classes dominantes, está repleta de silenciamentos. Nesse movimento dialético entre história e experiência vivida, a arte ascende como espaço privilegiado de luta e resistência e se revela não só no âmbito da ética e da política, mas também no da estética.

Delimitar a extensão dessa influência deve ser uma das tarefas primeiras de quem se dedica à pesquisa no campo das literaturas de língua portuguesa. Mensurar corretamente o impacto dos fenômenos sócio-históricos no domínio da literatura é uma das mais adequadas e eficazes armas para se combater tanto o predomínio de uma pauta estética estéril, quanto para evitar que a literatura se torne um campo desidratado de sentido social.

Dessa maneira a interlocução proposta entre a Literatura e os campos das Ciências Humanas e Sociais, principalmente o campo da História, configura-se e consolida-se como eficiente estrutura para a análise crítica e a interpretação literária.

Neste número 45 da revista Via Atlântica, acolheremos artigos teórico-críticos inéditos que reflitam sobre a produção de autoria negra e/ou afrodescendente em Portugal e no Brasil que abordem temas associados, tais como: literatura e vida social, literatura e história, literatura e transformação social, literatura e resistência à luz das caraterísticas próprias dos contextos português e brasileiro.

Publicado: 2025-05-22
  • As literaturas de autoria afrodescendente no Brasil e em Portugal

    1-12
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.230149

Outros Textos

  • Representações da África colonial no panorama: Revista Portuguesa de Arte e Turismo (1941-1944)

    Luis Antônio Contatori Romano
    490-521
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.216155
  • Lisboa afropolita: geografias emergentes do cosmopolitismo afrodescendente

    Fernando Beleza
    522-561
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.219853
  • A produção moçambicana do neorrealista Afonso Ribeiro: África Colonial (1975)

    Ubiratã Souza, Elídio Nhamona
    562-605
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.228496
  • As Exiladas de Alberto Osório de Castro: o orientalismo e a pluralidade das linguagens da modernidade

    Duarte Drumond Braga
    606-643
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n.1.2025.223705
  • Ressurreição e Dom Casmurro: o narrador onisciente e o autor ficcional

    Luiza Helena Damiani Aguilar
    644-673
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.214760

Dossiê 45: As Literaturas de autoria afrodescendente no Brasil e em Portugal

  • A memória em espiral: o projeto poético de Salgado Maranhão

    Paulo César Andrade da Silva
    13-46
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.26.n.1.2025.209347
  • Vozes femininas na poesia afro-brasileira dos Cadernos Negros

    Joyce Silva Fernandes
    47-81
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.209609
  • Escrevivências de (auto)amor na poesia de autoria negra dissidente em gênero e sexualidade

    Pedro Ivo Silva, Luciana Borges
    82-111
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.208900
  • Deixando os nossos cabelos em paz: negritude, escrevivência e pensamento feminista negro na poesia de Cristiane Sobral

    Shaianna da Costa Araújo, Algemira de Macêdo Mendes
    112-145
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.208899
  • “A senhora disse-me que não ia mais comer as coisas do lixo”: a escrita inquietante como ferramenta de resistência e transformação social no testemunho da fome de Carolina Maria de Jesus

    Danielly Cristina Pereira Vieira, Daniela Forcioni Turba dos Santos
    146-177
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.208268
  • A “visão” ética nos Contos de Cidadezinha, de Ruth Guimarães

    Robson Batista dos Santos Hasmann
    178-205
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.206339
  • Vozes negras importam: rememoração e poética da escrita política em Torto Arado

    Elisabete Alfeld
    206-238
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.210125
  • Literatura afrodescendente: uma leitura de Solitária à luz de Sueli Carneiro e de Grada Kilomba

    Talita Rosetti Souza Mendes, Karine Aragão dos Santos Freitas
    239-272
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.209112
  • Rizomas nos oceanos amefricanos: uma leitura de Afuera Crece un Mundo (Adelaida Fernández) E Um Defeito de Cor (Ana Maria Gonçalves)

    Juana Maricel Sañudo Caicedo
    273-336
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.208948
  • Fronteiras perdidas: desafios aos pressupostos (ainda) filológicos dos estudos da cultura pelas diásporas negras em Portugal e na Alemanha

    Catarina Martins
    337-367
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.207008
  • O que fazer com o passado colonial? Uma reflexão sobre A visão das plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida

    Cristina Arena Forli, Gustavo Henrique Rückert
    368-395
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.210087
  • Literatura portuguesa de autoria afrodescendente: três vozes literárias no contexto da Black Europe – Djaimilia Almeida, Yara Monteiro e Telma Tvon

    Liz Maria Teles de Sa Almeida
    396-432
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.214770
  • Lisboa e a portugalidade: contranarrativas em obras de Orlanda Amarílis e Djaimilia Pereira de Almeida

    Daniela Schrickte Stoll
    433-460
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.2025.209845
  • Em busca da mãe África: identidade e memória no romance Essa Dama Bate Bué, de Yara Nakahanda Monteiro

    Rafaella Cristina Alves Teotônio
    461-489
    DOI: https://doi.org/10.11606/va.v26.n1.210059
Ver Todas as Edições