v. 26 n. 2 (2025): Angola - acervo, memória e literatura
As fontes de informação em literatura constituem referências significativas sobre o que está registrado sob a forma do livro em papel ou no mundo virtual, possibilitando que a partir delas se possa historicizar, compreender ou mesmo reinventar o objeto literário.
Ao contemplar uma larga gama de disciplinas, que abrangem desde a Crítica Genética até a História Literária, o trabalho com documentação no campo literário abre numerosas veredas/disciplinas que abrangem desde a Crítica Genética enquanto ela permite elaborar uma leitura da obra não a partir do produto divulgado — a publicação do livro —, mas também dos processos de escrita, com seus rascunhos e versões, favorecendo a subversão de noções como as de progresso, originalidade ou mesmo a revisão de biografias. Da mesma forma, o estudo de acervos literários e da correspondência entre autores e/ou críticos propicia que se tracem as redes de sociabilidade no campo literário, assim como os caminhos de processos de criação e da expressão autobiográfica.
Um olhar sobre a área das Literaturas Africanas, especialmente na literatura angolana, revela-nos que, a despeito esses múltiplos caminhos de trabalho, têm sido escassas as pesquisas com base em fontes primárias, certamente por existirem poucos documentos à disposição dos pesquisadores, seja em razão das adversidades históricas, seja por os documentos estarem em mãos de particulares. Abrir espaço para trabalhos que tenham conseguido romper essa limitação é o sentido do dossiê “Angola: acervo, memória e literatura”.









