Duas passantes na multidão: Cecília Meireles e dois poemas de Baudelaire
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2024.223988Palavras-chave:
Poesia, Passante, Modernidade, Cecília Meireles, Charles BaudelaireResumo
O presente artigo propõe uma aproximação entre os poemas "Lei do passante" e "Multid˜ão", de Cecília Meireles, ambos do livro Poemas escritos na Índia, e "A uma passante" de Charles Baudelaire. A análise comparativa parte da importância da viagem, da deambulação e da modernidade para a poesia dos dois autores, sem deixar de ressaltar as diferenças, especialmente no que concerne à relação de cada um com o mundo exterior, a metrópole e a vida moderna em geral. O diálogo o poeta francês, já atestado por outros pesquisadores, reafirma a inserção de Meireles na tradição da poesia, mesmo em um livro dedicado a uma cultura e a uma sociedade em quase tudo diversa da ocidental. "Lei do passante"e "Multidão"são lidos, portanto, a partir duas perspectivas, a intertextualidade com os poemas de Baudelaire e sua posição no âmbito do conjunto dos Poemas escritos na Índia. Dessa maneira, "Lei do passante"é lido como um poema programático, destinado a apresentar os pressupostos poéticos e filosóficos que subjazem a errância ceciliana na Índia.
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