Edições anteriores
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Prática como pesquisa nas Artes Cênicas
v. 14 n. 1 (2024)Os artigos que você está prestes a ler foram elaborados a partir da seguinte chamada da Revista Aspas:
"Há cinquenta anos era implementado o primeiro mestrado em Artes no Brasil e há quarenta anos era criada a área de Artes no CNPq. Estes eventos foram marcos importantes para nosso campo e colocaram em debate a relação entre pesquisa e criação, entre Arte e Ciência. Hoje, tanto tempo depois, queremos compreender o atual estado deste debate, dando ênfase para o que ficou conhecido como “prática como pesquisa”.
Ao longo destas cinco décadas, em diferentes temporalidades e latitudes em termos mundiais, com a inserção das Artes nos programas de pós-graduação e nas agências de financiamento de pesquisas científicas, emergiram diversas nomenclaturas, em diferentes idiomas, para designar aquela pesquisa desenvolvida em/na/através da prática artística: pesquisa baseada na prática, pesquisa guiada pela prática, prática como pesquisa, pesquisa em artes, performance como pesquisa, pesquisa performativa, pesquisa através da prática, pesquisa-criação, pesquisa performativa, investiCreación, entre outras.
O debate da prática como pesquisa levanta perspectivas ontológicas, epistemológicas e metodológicas que poderão ser debatidas nesta edição da Revista Aspas “14.1 Prática como pesquisa nas Artes Cênicas”. Com esta chamada, buscamos estimular reflexões que contribuam com o debate e que dialoguem com uma ou mais das seguintes perguntas:
O que estamos entendendo por prática como pesquisa ou suas variáveis? Qual é o atual estado desta discussão? Como as universidades e as agências de financiamento lidam com esta modalidade de pesquisa? Toda prática artística é uma pesquisa? Toda prática que está dentro da pós-graduação é uma pesquisa? As artes e as ciências são opostas ou complementares? As artes precisam da legitimação da ciência para produzir na esfera acadêmica? De que ciência estamos falando? Como vinculamos pesquisa e criação? Quais devem ser os resultados apresentados por uma pesquisa guiada pela prática? Um espetáculo pode ser resultado de uma pesquisa? Como o corpo pode ser entendido como locus de conhecimento? Como podemos pensar a dimensão pedagógica da prática como pesquisa e do conhecimento corporificado? Dada a relação histórica entre o advento da modernidade racionalista, os pressupostos constitutivos da ciência e a matriz de dominação colonial, qual é a contribuição que pesquisas baseadas na prática e epistemologias contra-coloniais propõem para este debate? Como enfrentamos as metodologias hegemônicas? Quais são os caminhos e as trajetórias para a realização de uma prática como pesquisa? Como é compreendida a prática como pesquisa nos diferentes contextos e territórios?".
Desejamos uma excelente leitura!
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Raça, Cena e Corporeidades
v. 13 n. 2 (2023)Os artigos que você está prestes a ler foram elaborados a partir da seguinte chamada da Revista Aspas:
"A ciência moderna ocidental do século XIX produziu o que é “o outro” a partir da categorização e racialização das diferenças, em detrimento da construção do sujeito universal, cuja razão é argumentada no e pelo homem branco. Os modelos das universidades brasileiras foram produzidos nesta perspectiva, estabelecendo a invisibilização historica científica e cultural das tecnologias produzidas por esse outros, leiam-se: povos originários, negros e quilombolas.
A partir deste breve apontamento, convidamos para compartilharem em nossa Revista, pesquisadoras/es que investiguem as transversalidades que constituem a cena e as corporeidades dinamizadas no argumento estético e político produzido no âmbito das relações etnico-raciais. Aquilombaremos epistemologias, poéticas e processos artísticos pluricêntricos, visando reflexões críticas para as artes cênicas brasileiras, compartilhando fazeres artísticos e trazendo perspectivas que construam críticas à colonialidade, a partir de produções de conhecimento decoloniais e contracoloniais. Convocamos artistas-investigadora/es dos cursos de Pós-Graduação, a socializarem conosco as suas pesquisas em processos artísticos e formativos a partir de culturas e epistemes brasileiras originárias e africanas em diáspora. Lançamos aqui, perguntas norteadoras que conduzirão os possíveis diálogos a serem estabelecidos nesta edição:
Qual a relação entre as políticas de cotas nas universidades públicas e a produção de conhecimento contra hegemônico nas artes cênicas brasileiras? Como o sistema de artes se apropria do tema do racismo e colonialismo? Como as produções de arte contemporânea elaboram as discussões estéticas a partir das interseccionalidades de raça, gênero e sexualidade? É possível ser decolonial ou contracolonial nas artes cênicas e/ou na academia? Onde está a contemporaneidade nos argumentos estéticos pautados nos processos de racialização no Brasil? É papel das artes cênicas a construção de reflexões que se valem de perspectivas políticas, históricas e sociais? Em que medida a relação entre Estado e as Artes Cênicas não hegemônicas, podem promover noções de pertencimento e de construção de memória crítica? Como as compreensões das temporalidades a partir dos saberes negros e dos povos originários se materializam enquanto proposição estética contemporânea nas Artes Cênicas brasileira? Como a produção estética desenvolvida nas ritualidades negras e indígenas contribuem com noções de comunidade, sujeito e poder? Quais os agenciamentos desenvolvidos por perspectivas indígenas e negras que se revelam no tensionamento entre tradição e contemporaneidade nas corporeidades da cena?
Os artigos para esta seção podem tratar tanto das questões terminológicas, dos limites e possibilidades das pesquisas que usam, quanto daquelas que criticam o uso de tais termos. Além disso, trata-se de pensar o amplo espectro de práticas, performances, corporeidades, metodologias e processos pedagógicos e outras atividades circunscritas na dimensão das relações étnico - raciais nas artes cênicas".
Desejamos uma excelente leitura!
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Raça, Cena e Corporeidades
v. 13 n. 1 (2023)Os artigos que você está prestes a ler foram elaborados a partir da seguinte chamada da Revista Aspas:
"A ciência moderna ocidental do século XIX produziu o que é “o outro” a partir da categorização e racialização das diferenças, em detrimento da construção do sujeito universal, cuja razão é argumentada no e pelo homem branco. Os modelos das universidades brasileiras foram produzidos nesta perspectiva, estabelecendo a invisibilização historica científica e cultural das tecnologias produzidas por esse outros, leiam-se: povos originários, negros e quilombolas.
A partir deste breve apontamento, convidamos para compartilharem em nossa Revista, pesquisadoras/es que investiguem as transversalidades que constituem a cena e as corporeidades dinamizadas no argumento estético e político produzido no âmbito das relações etnico-raciais. Aquilombaremos epistemologias, poéticas e processos artísticos pluricêntricos, visando reflexões críticas para as artes cênicas brasileiras, compartilhando fazeres artísticos e trazendo perspectivas que construam críticas à colonialidade, a partir de produções de conhecimento decoloniais e contracoloniais. Convocamos artistas-investigadora/es dos cursos de Pós-Graduação, a socializarem conosco as suas pesquisas em processos artísticos e formativos a partir de culturas e epistemes brasileiras originárias e africanas em diáspora. Lançamos aqui, perguntas norteadoras que conduzirão os possíveis diálogos a serem estabelecidos nesta edição:
Qual a relação entre as políticas de cotas nas universidades públicas e a produção de conhecimento contra hegemônico nas artes cênicas brasileiras? Como o sistema de artes se apropria do tema do racismo e colonialismo? Como as produções de arte contemporânea elaboram as discussões estéticas a partir das interseccionalidades de raça, gênero e sexualidade? É possível ser decolonial ou contracolonial nas artes cênicas e/ou na academia? Onde está a contemporaneidade nos argumentos estéticos pautados nos processos de racialização no Brasil? É papel das artes cênicas a construção de reflexões que se valem de perspectivas políticas, históricas e sociais? Em que medida a relação entre Estado e as Artes Cênicas não hegemônicas, podem promover noções de pertencimento e de construção de memória crítica? Como as compreensões das temporalidades a partir dos saberes negros e dos povos originários se materializam enquanto proposição estética contemporânea nas Artes Cênicas brasileira? Como a produção estética desenvolvida nas ritualidades negras e indígenas contribuem com noções de comunidade, sujeito e poder? Quais os agenciamentos desenvolvidos por perspectivas indígenas e negras que se revelam no tensionamento entre tradição e contemporaneidade nas corporeidades da cena?
Os artigos para esta seção podem tratar tanto das questões terminológicas, dos limites e possibilidades das pesquisas que usam, quanto daquelas que criticam o uso de tais termos. Além disso, trata-se de pensar o amplo espectro de práticas, performances, corporeidades, metodologias e processos pedagógicos e outras atividades circunscritas na dimensão das relações étnico - raciais nas artes cênicas".
Desejamos uma excelente leitura!