Um “porto maldito”: epidemias, cotidiano e medo - Santos (1880-1900)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2022.181578Palabras clave:
Epidemias, Medo, Porto, Biopoderes, HigienismoResumen
Estes escritos priorizam a análise das epidemias que atingiram Santos entre 1880-1900 num contexto de intensas transformações desta cidade-porto e da difusão das epidemias (febre amarela, varíola, peste bubônica, entre outras) cuja intensidade gerou a alcunha de “porto maldito”. Nesse contexto, discute-se as sensibilidades emergentes diante das vivências cotidianas dos surtos epidêmicos, tais como o medo — aqui observado como sentimento multifacetado, que durante a vigência das epidemias se tornou onipresente atingindo a todos pelo espectro da contaminação e da morte. A investigação encontra-se sedimentada numa ampla e diversificada documentação que inclui manuscritos do Arquivo Público de Santos, relatos de viajantes, imprensa local, nacional e internacional.
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