O jardim de Rousseau e a virtude do jardineiro
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i14p147-178Palavras-chave:
Rousseau , Nova Heloísa , Emílio , educação , jardimResumo
Os intérpretes da obra de Jean-Jacques Rousseau, em sua maioria, concordam que há um esforço substancial em seus escritos para provar não apenas a bondade original do homem e sua depravação ao longo da história, mas também a possibilidade de resgate e conserto da situação de desigualdade e degradação moral à qual a humanidade chegou. Nesse aspecto, o presente artigo procura refletir sobre os componentes naturais desse conserto e a forma como podem ser utilizados na promoção e sustentação desse processo. Na metáfora do jardim, a virtude do jardineiro do jardim da Nova Heloísa está precisamente em ter reproduzido as condições naturais na maior fidedignidade possível, disfarçando os traços de sua obra. Moral da alegoria: O conserto deve ser fruto de um processo cultural, social e pedagógico que, no entanto, resgata os desígnios da natureza.
Downloads
Referências
Obras de Rousseau:
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Oeuvres complètes. Paris: Gallimard, 1964-1995. 5 volumes (Col. Bibliothéque de la Pléiade).
ROUSSEAU, Jean-Jacques. As confissões. Trad. Rachel de Queiroz. 2. ed. São Paulo: Atena, 1959. 2 v.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou da educação. 2. ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1973.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Júlia ou a Nova Heloísa. Trad. Fúlvia M. L. Moretto. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Os devaneios do caminhante solitário. Trad. Fúlvia M. L. Moretto. Brasília: Ed. UnB, 1991.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Projeto para a educação do Senhor de Sainte-Marie. Trad. Dorothée de Bruchard. Porto Alegre: Paraula, 1994a.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1999a. (Col. Os Pensadores).
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre as ciências e as artes. Trad. Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1999b. (Col. Os Pensadores).
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Trad. Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1999c. (Col. Os Pensadores).
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Carta a Christophe de Beaumont e outros escritos sobre a religião e a moral. Org. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2005.
Outras obras:
BENICHOU, P. et al. Pensée Rousseau. Paris: Seuil, 1984.
BURGELIN, Pierre. Jean-Jacques Rousseau et la religion de Genève.
Genève: Labor et Fides, 1962.
DENT, Nicholas John Henry. Dicionário Rousseau. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
DERATHÉ, Robert. “Les rapports de la morale et de la religion chez Jean-Jacques Rousseau”. Revue Philosophique, Paris, p. 143-173, 1949.
EHRARD, Jean. L’idée de nature en France dans la première moitié du XVIIIe siècle. Paris: Albin Michel, 1994.
FONTES FILHO, Osvaldo. “A questão da origem em Rousseau: entre o ser e o devir”. In: Verdades e mentiras: 30 ensaios em torno de Jean-Jacques Rousseau. Ijuí: Ed. Unijuí, 2005.
FRANCISCO, Maria de Fátima Simões. “A filosofia da educação de Rousseau – uma proposta de releitura do Emílio”. Cadernos de História e Filosofia da Educação, São Paulo: Editora da Faculdade de Educação da USP, v. II, n. 4, p. 35-42, 1998.
FRANCISCO, Maria de Fátima Simões. “Autoridade e contrato pedagógico em Rousseau”. In: AQUINO, J. G. (Org.). Autoridade e Autonomia. 4. ed. São Paulo: Summus, 1999, p. 101-114.
GOUHIER, Henri. Les méditations métaphysiques de Jean-Jacques Rousseau. Paris: J. Vrin, 1970.
GROETHUYSEN, Bernard. “L’homme civil chez Rousseau”. Cahiers du Sud, v. 283, 1947.
GROETHUYSEN, Bernard. J.-J. Rousseau. Paris: Gallimard, 1949.
HOBBES, Thomas. Do cidadão. Trad., apres. e notas Renato Janine Ribeiro. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
MARQUES, José Oscar de Almeida (Org.). Verdades e mentiras: 30 ensaios em torno de Jean-Jacques Rousseau. Ijuí: Ed. Unijuí, 2005.
MILLET, Louis. La pensée de Rousseau. Paris: Bordas, 1966.
NIETZSCHE, F. Crepúsculo dos ídolos. Trad. Artur Mourão. Lisboa: Edições 70, 1985.
PAIVA, Wilson Alves de. O Emílio de Rousseau e a formação do cidadão do mundo moderno. Trindade/GO: CEODO, 2007.
PRADO JR., Bento. A retórica de Rousseau e outros ensaios. Org. e apres. Franklin de Mattos. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
SALINAS FORTES, Luis Roberto. Rousseau: o bom selvagem. São Paulo: FTD, 1989.
STAROBINSKI, Jean. The invention of liberty. New York: Rizzoli International Publications, 1987.
STAROBINSKI, Jean. Jean-Jacques Rousseau: a transparência e o obstáculo. Seguido de sete ensaios sobre Rousseau. Trad. Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
STAROBINSKI, Jean. As máscaras da civilização: ensaios. Trad. Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
VICENTE, Adalberto Luis. “A retórica da sensibilidade nas Rêveries du promeneur solitaire”. In: Verdades e mentiras: 30 ensaios em torno de Jean-Jacques Rousseau. Ijuí: Ed. Unijuí, 2005.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2009 Wilson Alves de Paiva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.