A gestão da pandemia de covid-19 e as suas repercussões para o gestor do SUS
DOI :
https://doi.org/10.1590/S0104-12902023230491ptMots-clés :
Gestor de Saúde, Sistema Único de Saúde, COVID-19, Gestão em Saúde, Saúde OcupacionalRésumé
Este artigo discute os desafios enfrentados pelos gestores estaduais do Sistema Único de Saúde (SUS) no contexto da pandemia de covid-19 e as consequências produzidas em suas vidas pessoais. A partir de entrevistas com gestores estaduais, tornou-se evidente que a pandemia demandou o replanejamento das ações e serviços de saúde, a estruturação de novos serviços e leitos hospitalares, o uso de telemedicina e a contratação e capacitação de profissionais. Também emergiu a ausência de políticas integradas e de uma coordenação nacional, que levou à adoção de diferentes estratégias por parte dos estados. Estes fatores, assim como a politização da pandemia, a negação da doença e a tentativa do governo federal de impor tratamentos ineficazes para a covid-19 foram consideradas entre as maiores dificuldades vivenciadas pelos gestores. Fazer a gestão do SUS se tornou um exercício de risco, com repercussões deletérias não apenas para si e para a sua gestão, mas também para suas famílias e amigos. Se, por um lado, o contexto extenuante afetou a saúde física e mental dos gestores, que passaram a lidar com excesso de peso, ansiedade e angústia, de outro, foi fonte de motivação por catalisar solidariedade, empatia e o compartilhamento entre os atores políticos.
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